quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Intelecto de Deus






São Tomás de Aquino  nasceu próximo a Roccasecca, na Itália, mais precisamente perto de Aquino (comuna italiana da região do Lácio), e ficou conhecido como um dos mais importantes pensadores cristãos e cultos existentes até os dias atuais. Algumas de suas obras foram: Exposição sobre o Credo; O Ente e a Essência (1248-1252); Compêndio de Teologia (1258-1259); Suma Contra os Gentios; Comentário às Sentenças; Suma Teológica; etc.

Tomás de Aquino concebe a existência do mundo não com mero acaso cego, nem a um ato natural ou necessário, mas a um ato livre de Deus. E as ideias que temos das coisas são arquétipos ou princípios de conhecimento. Segundo Tomás, essas ideias se originam no intelecto de Deus. Na obra História da Filosofia Cristã afirma: “[...] há em Deus um intelecto, e neste, uma forma, a cujo modelo Deus criou o mundo: é a esta forma original no intelecto divino que damos o nome de ideia” (AQUINO apud BOEHNER; GILSON, 2009, p.460).
Segundo o filósofo, o modo que as ideias surgem no intelecto do homem é totalmente inverso a Deus, pois para o homem chegar a uma ideia de um objeto deverá passar um processo de adaptação dos objetos exteriores (realidade) com o nosso entendimento (intelecto). Também afirma que o intelecto é uma tábua rasa, isto é, todo o processo cognitivo acontece na realidade. 
Para Tomás de Aquino, as realidades sensitivas e intelectivas são indispensáveis, pois enfatiza que uma depende da outra para existir, ou melhor, sem uma das realidades a outra não existiria. E através dessa relação da razão e experiência que o homem conhece as coisas criadas e sua causa primeira (Deus).

O problema da verdade

O filósofo Tomás de Aquino considera o homem passivo em seu conhecer, e nessa passividade ele tem a total confiança no intelecto.  Pois, a finalidade é chegar às essências das coisas. Portanto, as essências aparecem quando o intelecto abstrai o objeto, ou seja, o intelecto recebe do objeto sua essência. Não há sombra de dúvida que a essência no intelecto seja verdadeira, pois o processo é natural. Como afirma no livro: “Em tal processo não há engano possível, tampouco como a vista não pode errar na percepção da cor, ou o ouvido na do som” (AQUINO apud BOEHNER; GILSON, 2009, p.475).
Tomás de Aquino atesta que a verdade só aparece no juízo, por exemplo: Isto é um homem; Isto é uma árvore; sendo assim, não pode haver questões de verdade quando há concordância com o intelecto. Ao contrário, o juízo vai ser falso quando eu separo, por exemplo: falar que o homem é uma árvore. Enfim, a verdade é adequação “ adaequatio rei et intellectus.” 



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