domingo, 11 de março de 2012

Zaratustra " O Profeta Nietzschiano"


Friedrich Nietzsche sintetiza todo seu pensamento na obra Assim falou Zaratustra (1883). Esse livro considerado o evangelho de Nietzsche anunciado por seu mais conhecido personagem: Zaratustra. Em consequencia do grande feito cometido pelo homem moderno, isto é, o grande aniquilamento da moral vigente e a destruição dos valores tradicionais vertido em sangue no punhal da modernidade. “Deus está morto” a proposição mais ouvida e deturpada da filosofia Nietzschiana nasce para caracterizar um novo tipo de homem, uma nova espécie sem a noção de transcendência.
 É neste ponto crucial de exaustão dos valores herdados da tradição que o profeta Zaratustra entra em cena.  O Zaratustra nietzschiano constata a dimensão dessa façanha e propõe um novo horizonte para o parricida moderno pensar em novos valores. Sem transcendência, o que resta ao homem? A imanência. Justamente para esse homem-imanente, esse homem-deus que o cálice de Zaratustra quer transbordar.
As palavras de Zaratustra trazem o verdadeiro ar das alturas; o ápice do conhecimento afirmativo. A busca pela vida não mais no supra-sensível, no extraterrestre, mas o seu sentido encontra-se nesta vida mesmo. Sendo assim, o homem-imanente precisa ser um eterno criador, ele precisa despertar sua vontade de potência adormecida pelo ópio “padronizativo” e inventar novas tábuas. O homem-deus deverá ter probidade consigo mesmo porque toda aquisição do conhecimento provém da vontade, da afirmação de si.
Enfim, Zaratustra desce da montanha com suas tábuas para recompor a ideia de Deus que exprimia a vontade de nada, a depreciação da vida segundo Gilles Deleuze. O personagem Nietzschiano surge para colocar o centro de gravidade da vida na vida. É essa afirmação dionisíaca perante o mundo, o amor fati que proporcionará o novo homem-deus viver a cada instante. Eis, o sentido da imanência.