sábado, 5 de novembro de 2011

Concepção de Deus em Jonh Loke

  

          John Locke era um filósofo empirista que viveu entre 1632 e 1704. Seu livro mais famoso chama-se Um ensaio sobre o entendimento humano, de 1690. Locke quebra os paradigmas da tradição metafísica e também se opõe ao racionalismo. Pois contradiz os racionalistas de que as ideias são inatas.
       Na concepção de Locke a “mente” humana é uma tábua rasa, uma lousa em branco. Dessa forma ela seria preenchida pela experiência, pelo contato com as coisas exteriores. Portanto, para Locke o conhecimento que temos são resultados das sensações.
     O filósofo deixa claro que nossa mente ou consciência não é mera receptora desses conteúdos extraídos dos sentidos. Para explicar esse processo Locke faz distinção entre sensação e reflexão. As sensações para o filósofo vêm da experiência externa e a reflexão da experiência interna.
      Para experiência externa o filósofo denominou as “ideias simples;” esta ideias são todas as coisas que nossos sentidos podem captar. Já a interna Locke caracteriza de “ideias da reflexão;”, pois são as operações realizadas pela mente, num sentido geral, é o processo de acomodação das ideias na mente do individuo.
      A razão também tem um papel fundamental no processo cognitivo do sujeito, Locke atesta que a razão proporciona uma classificação das qualidades primárias e secundárias. Por qualidades primárias entende-se a extensão, peso, forma, movimento e número de coisas. Já as qualidades secundárias são as cores, o cheiro, o gosto, o som, porém essas qualidades não reproduzem as características verdadeiras, e sim, uma espécie de subjetividade.
     John Locke da ênfase que só existirá conhecimento por meio da discordância e concordância entre as ideias. Nesse conflito de ideias pode ser percebido por dois modos diferentes: por intuição e por demonstração. A intuição é o acordo imediato entre as ideias, ou seja, uma evidência imediata. Mas, é através da demonstração que vamos descodificar as mesmas, isto é, dar uma identificação de cada uma.
Graças às associações das intuições Locke descobre que a existência de Deus pode ser demonstrada racionalmente. O método escolhido pelo filósofo foi utilizar a prova cosmológica, a prova da causalidade do universo. Seu primeiro passo foi dizer que sabemos de forma intuitiva, que algo existe desde a eternidade, pois se não existisse, o inicio teria de vir de alguma outra coisa. “[...] por certeza intuitiva, o homem sabe que o puro nada não produz um ser real mais do que não posso ser igual a dois ângulos retos. [...] nós sabemos que há algum ser real e que o não-ente não pode produzir um ser real, essa é a demonstração evidente de que algo existe desde a eternidade” (REALE; ANTISERI, 2005, p.93).
     Locke afirma que essa coisa existente desde a eternidade, é onipotente, onisciente e eterna. Sendo assim, está é a prova da existência de Deus. Para concluir, John Locke diz que a existência de Deus é mais certa do que aquilo que os sentidos nos manifestam. Neste caso Locke tem um ponto em comum com os racionalistas.
“[...] conhecemos que há um Deus com mais certeza do que existe qualquer outra coisa fora de nós” (LOCKE apud REALE; ANTISERI, 2005, p.103). 

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